domingo, 1 de abril de 2012

Capítulo 6 - Descoberta!

José sai à rua em reflexão...
Como se na frente de um espelho, ele e seu alter-ego iniciam uma dissensão: 


- No que me tornei, um ser marrano, pérfido ou vil?
- Até que ponto sou merecedor deste tipo de castigo? Esse ostracismo que me foi imposto?
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- Não sejais tartufo, meu caro José!
- Se estais neste Patíbulo é porque sua vida, em momento algum, fez-se por merecer algo melhor!
- Enquanto sua mulher vivia em uma quimera, você visitava lupanares à procura de sucedâneos!
- Não José, não é injustiça...e sim, justiça!
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- Tens razão!
- Não fui de todo um bom homem.
- Amei uma mulher, casei-me com outra. Enganei-as!
- Como pude ser tão prurido?!
- Obsedado, vivi uma abjeção!
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- Mereço a morte!!!
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- Mas já não tenho aos outros...portanto, morto estou!
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- Sozinho, como posso imaginar ter vida?
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- Não, eu não tenho vida!!
- Sou um ser macilento, atrabilioso ... sou inumano!!
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- Não adianta essa auto-mutilação, José!!! Balbuciou o Gato!
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- Tu novamente? Por que não me deixa em Paz?!
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- Porque o meu papel é estar em seu lado!
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- Estar ao meu lado? Tu me vês como LIXO ou um RATO! Que queres de mim? Fazer um amálgama em minha vida?
- Já não basta toda essa renúncia?
- Sei o que fui. Sei que devo pagar.
- Mas por que ainda vem me escarnecer, pequeno felino...POR QUÊ?
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- Não te zombo, Humano!
- Tenho atribulações a causar em tua vida.
- Sou um desafeto.
- Devo mortificar o teu ser sempre que puder...sempre que te vir!
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- Tu és um diabo!
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- Não, não sou! 
- Não precisaria de um diabo em seu lado para te fazer entristecer.
- Basta te fazer lembrar!



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