sábado, 14 de abril de 2012

Jornada!

- Quem é você?
- Não sei...e você?
- Também não!
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- Venho do copo vazio...da distância...venho da falta...e você?
- Venho do copo vazio...da distância...venho da falta...e você?
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- Eu sou você?
- Quiça porém, com menos pêlos...
- Pêlos ou pelos?
- Não sei, não sei me identificar!
- O Que sente, argonauta?
- Sinto falta de mim mesmo!
- Sabe resolver isso, Deus?!
- Não, porque você não sabe quem és...
- Se eu soubesse, escolheria há anos...
- Então, por que não sabes?!
- Porque nasci assim...sem saber...
- Mas nunca quis?
- Sempre quis!
- E?
- E!
- Queres descobrir pra onde vais?
- Não...quero saber POR QUE VOU?!
- Por que vou?!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

falta

é quando se dorme com um cobertor simplesmente para se sentir abraçado...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Matrix

"Mundo Imundo Inundo
não é Mundo. É Mando! Escravidão!
Lassidão
Lá se vão!
Mundo Imundo Inundo
não é Mundo. É Mando! Solidão!
Lascívia
Lá se via
Vê mais não!"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

capítulo 8 - O primeiro Abandono!

- Como pôde me abandonar assim, impostora?!
- Amei-te como amaria a um filho...
- Dei-te todas as minhas palavras, minhas noites de sono.
- Te escrevi poemas, afagos...e tu vais embora?
- Ave de Rapina, Pitonisa, Galdéria!
- Foste para mim o começo e o fim.
- Quando penso no futuro, sem ela, acabo por esquecer como será o meu!!
- Ó céus!!!
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- Ela se foi?
- Sim, ela se foi Werther. E a mim remanesce as reminiscências...
- Dói, como dói perder quem se ama.
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- Não sejais tolo, José! A teve por uma noite e agora se entristece como meu homônimo escrito por Goethe!
- Há de encontrar outrem ou até ela mesmo...mas, o tempo resolverá isso!
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- O tempo, meu nefasto amigo?
- O tempo há de apagar aquilo que se enraizou no meu coração como uma epífita?
- Sou pobre de amor...Ardis...ela me foi ardis...
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- Já conjecturou que, quiça, ela não tenha-o abandonado por vontade e sim para aquiescer ao desejo de alguém?
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- Não, meu caro! Ela poderia informar-me...uma carta, um aviso...mas, a mim ficou o vazio da lembrança. A mim restou somente o último beijo...a mim, restou-me a mim mesmo!
- Se não for com ela, nunca será com outra!
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- Por que tanto desprazer, meu caro?
- Não te alenta o fato de ainda ser jovem, viril e astuto? Não te traz temperança saber que "estar com a pessoa errada pode te impedir de estar com a certa"?
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- O que é certo ou o que é errado não sou eu quem decido, Werther...mas sim meu coração!

- Teu coração é músculo, melindroso. Nada mais que músculo...
- Use o que te é perfeito, ainda que imperfeito...use seu cérebro!
- Não deixais se abater por tão pouco. Ela se foi mas, e daí!?
- Amores são como o farfalhar do vento. Chicoteiam mas sempre passam e ficam frios...
- São bazófias...Mudam-se os nomes mas a história é a mesma.
- Amor é orgulho, é vaidade...uma luta constante entre dois...
- Mas no final, o resultado é o mesmo...a solidão.
- Ninguém ama para sempre...isso é um engano...um engodo...
- Esqueça-a...esqueça-a!

domingo, 1 de abril de 2012

Capítulo 7 - Ela!

- E agora, vai fugir? Já conseguiu o que queria!
- O que quero ainda não tem nome...mas sei que é com você!
- Não seja bobo, José! Você deve dizer isso pra todas.
- Sophia, diria isso para todas se todas fossem como você!
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(silêncio)
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- Tenho que ir, meu pai pode estar preocupado!
- Te vejo novamente?
- Sim!
- Ainda esta semana?
- Não sei!
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- Sophia, onde estava?
- Estava por passear com a Natureza.
- Arrume suas coisas, temos de ir embora!
- O quê?! Como assim, ir embora???
- Não discuta, Sophia! Tu sabes que Pai é um carbonário. Foi descoberto!! Se aqui ficarmos, corremos perigo!
- Mas, como hei de me despedir? Há pessoas as quais me importo. Não posso sair assim, como uma desertora!
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- Sophia, minha filha...a quem há de se despedir? Um flerte? Uma amiga?
- Entenda, em momentos podem chegar aqui em casa e nos levar...sabe lá para onde...
- Não posso permitir que meus filhos sejam entregues às mãos pungentes.
- Vocês são o que mais amo!
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- Tudo bem, Papai! Iremos...
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- Acho que a amo, Werther!
- José, tu és o pior dos piores...mal a conhece...como pode amar?
- Não sei...nunca me senti assim...
- Vai acabar enganando-a!
- Não, não dessa vez!!!

Capítulo 6 - Descoberta!

José sai à rua em reflexão...
Como se na frente de um espelho, ele e seu alter-ego iniciam uma dissensão: 


- No que me tornei, um ser marrano, pérfido ou vil?
- Até que ponto sou merecedor deste tipo de castigo? Esse ostracismo que me foi imposto?
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- Não sejais tartufo, meu caro José!
- Se estais neste Patíbulo é porque sua vida, em momento algum, fez-se por merecer algo melhor!
- Enquanto sua mulher vivia em uma quimera, você visitava lupanares à procura de sucedâneos!
- Não José, não é injustiça...e sim, justiça!
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- Tens razão!
- Não fui de todo um bom homem.
- Amei uma mulher, casei-me com outra. Enganei-as!
- Como pude ser tão prurido?!
- Obsedado, vivi uma abjeção!
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- Mereço a morte!!!
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- Mas já não tenho aos outros...portanto, morto estou!
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- Sozinho, como posso imaginar ter vida?
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- Não, eu não tenho vida!!
- Sou um ser macilento, atrabilioso ... sou inumano!!
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- Não adianta essa auto-mutilação, José!!! Balbuciou o Gato!
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- Tu novamente? Por que não me deixa em Paz?!
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- Porque o meu papel é estar em seu lado!
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- Estar ao meu lado? Tu me vês como LIXO ou um RATO! Que queres de mim? Fazer um amálgama em minha vida?
- Já não basta toda essa renúncia?
- Sei o que fui. Sei que devo pagar.
- Mas por que ainda vem me escarnecer, pequeno felino...POR QUÊ?
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- Não te zombo, Humano!
- Tenho atribulações a causar em tua vida.
- Sou um desafeto.
- Devo mortificar o teu ser sempre que puder...sempre que te vir!
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- Tu és um diabo!
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- Não, não sou! 
- Não precisaria de um diabo em seu lado para te fazer entristecer.
- Basta te fazer lembrar!