o absurdo voltou a me beijar
eu voltei a pensar demais nisso...
eu estou bem...mas além, o que há?
o absurdo voltou a me beijar...
excesso de ausência...
o absurdo voltou a me beijar
eu voltei a pensar demais nisso...
eu estou bem...mas além, o que há?
o absurdo voltou a me beijar...
a tarde de sábado
primeira vez que visitei a casa de wender
a mae dele usa chantagem
não
voces nao conhecem a dor
nao existe chantagem na dor
tirem um braço e falem de dor
dona luzia está correta
a dor nunca vai...só vem...
a chuva toca a madrugada
ansiosa quando molha minha mão
hoje faz sessenta dias
que eu queimei o seu nome
é divertido não ter mais algum abrigo
pois o passo agora é só o meu
e todo o mundo envolta se transforma
como se eu...fosse eu
eu acho que então cresci
ao mesmo tempo que envelheci
mas ao me ver no espelho
há um orgulho que nunca senti...
não tenho medo de fantasma, não mais...
nem mesmo medo dos meus sonhos tão ardis...
e gosto de estar em pé
com minhas pernas que nasci...
e digo rindo que estou
levemente feliz...
e realmente não me sinto sozinho
tenho meus dedos...meus ouvidos meu nariz...
e tenho tudo isso aqui...bem perto de mim...
e lembra todo aquele medo?
sei lá...o que virou...
não ... eu não sinto mesmo...
é como se eu esquecesse o que é a dor...
agora faz sessenta dias
que não gritamos ou brigamos entre si...
uma vitória para nós
mesmo que nós de hoje em diante seja só o mim...
e a mim a morte não veio...
porque minha morte morro eu1
quando mãe morreu, dia 19/05, eu fiquei bastante intrigado com o número 19...
eu sabia que neste número havia algo...porém, não lembrava o quê!
eu procurei por datas fartas ou que me lembrassem algo...
nada consegui...
dai tu reformulou e me relembrou...19/07...4 antes de 23/07.
meu livro chamar-se-ia VINTE TRÊS, por conta das enormes coincidências...
agora chamar-se-á DEZENOVE...porque foi o dia que nasceu e morreu quem, realmente, soube o que há em mim...
No fim do caminho tinha uma pétrea
tinha uma pétrea no fim do caminhoHá uma história conhecidíssima de Kafka em que ele discorre sobre como fez para ajudar uma criança que havia perdido a boneca no parque. Em um brevíssimo resumo, a história diz que Kafka passa a escrever cartas para essa criança porém, se passando pela boneca perdida, e descrevendo a sua função no mundo...UMA BONECA VIAJANTE. O nome do conto, claro, é FRANZ KAFKA E A BONECA VIAJANTE.
Desde ontem estou com total acesso à casa de baixo, casa esta que pertencia à Jonacira, minha mãe falecida no dia 19/05/23.
Já não há quase nenhum móvel, visto que a maioria Janaina, minha irmã, doou...
Porém, havia um número imenso de cadernos e folhas com anotações de mãe, nitidamente notado pelo perfil da letra dela...
Para minha surpresa, nestes documentos há um número mágico de textos íntimos...em que a cada leitura eu descubro algo totalmente novo sobre ela...
eu tenho agora a minha própria boneca viajante...e pela primeira vez eu realmente senti Jonacira ao meu lado, dialogando...sobre tudo...
e da maior e melhor forma possível: em silêncio e com total entendimento!
Eterno Retorno...
Deixa
Vivemos das lembranças
Me traz a esperança
No dia de partir
Sendo
Um pouco mais sincero
Agora eu espero
O tempo decidir
Onde amanha eu estarei?
Em qual esquina vou seguir?
Preu me encontrar...
Num lugar
Bem além
Do viver...
Quem sabe
Temos tudo só não entendemos direito
Ou talvez
Somos frutos do que aprendemos
Se é pra decidir que eu pague o preço
Pois quero ver no fim o recomeço
E se eu um dia retornar?
Noutro destino, noutro lugar
Quem serei?
Se não eu
Sem saber...
e agora nosso vida passa
E esse jeito tão sem graça
De viver
Mas eu sei acreditar!
que amanhã será um novo dia
um outro tombo
uma nova situação
Mas eu sei acreditar!