a chuva toca a madrugada
ansiosa quando molha minha mão
hoje faz sessenta dias
que eu queimei o seu nome
é divertido não ter mais algum abrigo
pois o passo agora é só o meu
e todo o mundo envolta se transforma
como se eu...fosse eu
eu acho que então cresci
ao mesmo tempo que envelheci
mas ao me ver no espelho
há um orgulho que nunca senti...
não tenho medo de fantasma, não mais...
nem mesmo medo dos meus sonhos tão ardis...
e gosto de estar em pé
com minhas pernas que nasci...
e digo rindo que estou
levemente feliz...
e realmente não me sinto sozinho
tenho meus dedos...meus ouvidos meu nariz...
e tenho tudo isso aqui...bem perto de mim...
e lembra todo aquele medo?
sei lá...o que virou...
não ... eu não sinto mesmo...
é como se eu esquecesse o que é a dor...
agora faz sessenta dias
que não gritamos ou brigamos entre si...
uma vitória para nós
mesmo que nós de hoje em diante seja só o mim...
e a mim a morte não veio...
porque minha morte morro eu1
Ainda que em outro contexto, lembrei de Fernando Pessoa que escreveu "Que a morte me desmembre em outro, e eu fique..." Tem gente que escreve fratura exposta, você, nesse momento, foi de cura exposta.
ResponderExcluirfernando pessoa que construiu o 14 bis?
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