domingo, 25 de outubro de 2009

Conto do Sábio Chinês[8]

Houve um dia que, cansado da luz solar, do calor do ar e da íngreme subida, resolveu sentar-se abaixo de uma figueira.
E de lá, agora em sombra, gritou aos céus.
Havia de ter sido comedido quando anunciou o pedido.
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A chuva veio, e com ela os trovões.
Saudade tinha, mas não mais vontade.
Era saudade só
e nenhuma vontade.
Pois, quando há algo errado, você só tem saudade..mas, nenhuma vontade de reviver o passado, até porque, errado uma vez, errado duas!
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E agora, a chuva estava por ir embora.
Foi quando um Velho Sábio passou por ele e disse:
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- Cansado da vida, amigo?
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- Sim, Mestre.
- Há muito mais no passado que no futuro, e quando isso é comum no meu coração, eu acabo por não viver o presente. Daí, deito-me a beira de uma árvore, clamo por chuva, e a água do céu de deus vem limpar minha alma.
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- Deveria limpar tua alma com o teu suor.
- Não adianta pedir sem fazer. Não adianta fazer, sem temer
- Portanto, ficar parado e esperar nunca vai ser a solução.
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- Eu entendo o que me quer dizer, Mestre. Mas às vezes tudo me parece fugir da razão.
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- Não é uma falsa razão, é que às vezes não precisamos de razão MESMO.


Um comentário:

  1. A vontade destruída por um lugar-comum não é nada mais do que... triste.

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